Conhecendo e Aprofundando

OBRA DA INFÂNCIA E ADOLESCENCIA MISSIONÁRIA
Fundada em 1843 pelo Bispo D. Carlos de Forbin
 Janson (1785-1844), em Paris (França)

A HISTÓRIA

       Notícias de missionários dos "países de Missão" - de modo especial da China, sobre a realidade das crianças (mortalidade, abandono...) - sensibilizaram o coração de D. Carlos Augusto Maria José de Forbin-Janson, Bispo de Nancy e de Toul, Primaz da Lorena, despertando-lhe o desejo de salvar a vida de tantos inocentes, aliviar seus sofrimentos e anunciar-lhes o Evangelho de Jesus Cristo. Teve então a idéia de convocar as próprias crianças para enfrentarem o desafio - as crianças ajudariam as crianças -, fundando a Obra da Santa Infância, hoje Infância e Adolescencia Missionária, no dia 19 de maio de 1843, em Paris.
       Em 2003, por ocasião dos 160 anos da fundação da Obra Pontifícia da Infância e Adolescencia Missionária, Sua Santidade o Papa João Paulo II enviou às crianças do mundo inteiro uma Mensagem. Nela, entre outras coisas, recordava:
     
  "Na primeira metade do século 19, a Europa viveu uma grande expansão missionária, e a Igreja, consciente do potencial missionário da infância, começou a pedir a elas que se tornassem protagonistas no anúncio do Evangelho às outras crianças. Em 19 de Maio de 1843, o Bispo de Nancy, D. Carlos de Forbin-Janson, desejoso de apoiar as atividades dos católicos na China, propôs às crianças de Paris que ajudassem outras crianças, recitando uma ave-maria por dia e oferecendo uma moeda por mês. Em pouco tempo, esta iniciativa missionária de apoio material e espiritual ultrapassou as fronteiras da França e espalhou-se por outros países..."
     A obra difundiu-se imediatamente nas dioceses da França, e em outros países na Europa, na América e hoje está presente em mais de 130 países do mundo. Em 1922, o Papa Pio XI a declarou Pontifícia, isto é, do Papa, e, portanto, de toda a Igreja, juntamente com as obras missionárias da Propagação da Fé e de São Paulo Apóstolo, às quais uniu-se, em 1956 (Pio XII), a União Missionária, constituindo-se as Pontifícias Obras Missionárias. No Brasil, ela foi trazida por missionários franceses, em 1858. A partir de 1993, nas comemorações dos 150 anos de fundação, sua "chama ainda fumegante" readquiriu novo ardor, arganizando-se e difundindo-se em todo o país.


Uma Obra aberta ao Mundo Inteiro


     Embora a Obra tenha nascido para socorrer a triste situação das crianças chinesas, logo abriu seus horizontes para o mundo inteiro. O resgate, o batismo, o sustento e a educação das crianças dos povos que não conhecem Jesus Cristo foram, desde o início, os objetivos da Infância e Adolescencia Missionária. Um plano ambicioso: prestar todos os socorros materiais, morais, intelectuais e religiosos de que necessitam as crianças de todos os lugares, culturas, raças e crenças.

Objetivos
  
    O fato de salvar crianças da morte certa e dar-lhes oportunidade de sobreviver e serem batizadas fez com que o novo projeto de D. Carlos despertasse simpatia e acolhida, enquanto expressão de caridade cristã e solidariedade universal.

    Assim foram definidos seus objetivos pelo fundador:

   a) salvar as crianças da morte e da miséria;

   b) batizá-las e educá-las como cristãs;

   c) prepará-las para serem apóstolos de outras crianças, orientando-as na vacação e profissão.
   Desde a segunda metade do século 19 até os nossos dias, graças à atividade de educadores com espírito missionário, centenas de milhares de crianças foram sensibilizadas e comprometeram-se neste movimento de solidariedade universal.

Os Grupos

   Os grupos da Infância e Adolescencia Missionária são formadas por 12 crianças, que, simbolicamente, lembram os Apóstolos, aos quais Jesus confiou a Missão de evangelização até os confins do mundo (cf. Mt 28, 16-20). São crianças e adolescentes dos 7 anos 14 anos que atuam como fermento missionário na escola, na família e na comunidade. Cada grupo escolhe uma criança ou adolescente como Coordenador que anima os encontros e distribui as atividades, com a ajuda de um Assessor adulto.Os grupos devem inserir-se na pastoral de conjunto da paróquia e diocese, e cultivar uma comunicação constante com o pároco, com as coordenações missionárias e com os conselhos de pastoral.

 

O assessor

   Na Infância e Adolescencia Missionária, os protagonistas são as crianças e adolescentes. A coordenação dos grupos é por conta deles. O adulto que os auxilia é apenas um assessor que:
  • orienta e motiva as crianças e adolescentes, deixando que eles assumam suas responsabilidades e atuem com espontaneidade e liberdade;
  • fomenta o espírito missionário universal nos grupos, como formador criativo e perseverante;
  • programa a ação missionária, de forma continuada, no plano de evangelização da comunidade;
  • é sinal de unidade e comunhão para os grupos, garantindo que o trabalho esteja integrado na pastoral de conjunto da comunidade local;
  • prepara com os coordenadores de grupo os encontros semanais e outras atividades.
Nota: O assessor da Infância e Adolescencia Missionária pode animar vários grupos, já que seu papel não lhe exige presença constante em cada um deles.

O carisma

     Por ocasião dos 160 anos da fundação da Obra, o Papa João Paulo II, na citada Mensagem publica em 6 de Janeiro de 2003, fornece critérios à luz dos quais a Infância e Adolescencia Missionária deve orientar-se e avaliar sua caminhada:
  • "[A Infância e Adolescencia Missionária] propõe às crianças e adolescentes de todas as dioceses do mundo um programa baseado na oração, no sacrifício e em gestos de solidariedade concreta: assim  elas podem tornar-se evangelizadoras de outras crianças.
  • Queridas crianças misionárias, sei com que dedicação e generosidade vocês procuram levar adiante esta Obra apostólica. Vocês se esforçam de muitas formas para partilhar o destino das crianças obrigadas a trabalhar antes do tempo, e socorrer os mais pobres em suas necessidades.
  • Sejam solidárias com os anseios e as dramáticas situações das crianças envolvidas nas guerras dos adultos, crianças estas que, frequentemente, são vítimas da violências bélica.
  • Rezem todos os dias para que o dom da Fé que vocês receberam seja transmitido a milhões de crianças que ainda não conhecem Jesus."

A metodologia
Os encontros de grupo semanais alternam-se em quatro etapas de formação chamada Áreas Integradas:



1ª SEMANA: Realidade Missionária


Neste encontro, as crianças e adolescentes colocam em comum as informações que conseguiram recolher sobre determinado tema de interesse das crianças e adolescentes dos países além-fronteira. Essas informações são organizadas de modo a se obter uma visão completa da realidade.


2ª SEMANA: Espiritualidade Missionária


Desta vez, as crianças e adolescentes procuram e colocam em comum textos que pesquisaram na Bíblia e em outros livros religiosos, procurando saber o que Deus pensa sobre a realidade estudadda na primeiea semana, a fim de " sentir como Jesus sentia."


3ª SEMANA: Compromisso Missionário


Neste terceiro encontro, os membros do grupo formulam um compromisso, para dar a sua resposta às realidades estudadas nas primeiras semanas. É escolhido aquele que dentro das possibilidades do grupo tenha mais de perto alcaçando os missionários que trabalham em terras distantes, os povos de outros continentes e culturas, as situações mais urgentes e precárias. O grupo não recusa os apelos que lhe vêm da realidade local, sobretudo daqueles que niguém atende, mas sem esquecer que o seu carisma específico é a dimensão além-fronteiras

4ª SEMANA: Vida de Grupo


É a celebração da caminhada do mês, aberta a todos, sobretudo a quem nunca é festejado, nunca é lembrando, nunca é chamado a participar.

A atualidade 

  • Os grupos vão surgindo, cada vez mais numerosos, nas comunidades, paróquias, colégios e escolas.
  • A atualização da dentidade e do carisma vem sendo aprofundada em encontros, congressos, trocas experiência, escritos e debates.
  • A organização vem melhorando, graças ao constante esforço de colaboração com as pastorais da Igreja, com a vivência de outros países, animada pela prioridade reconhecida às crianças e adolescentes na sociedade civil e organizações supranacionais. 

Frutos da Obra da Infância Missionária

  • Ajuda pais, educadores, catequistas e asseddores a despertar nas crianças e adolescentes a consciência missionária universal.
  • É fonte de vocações missionárias.
  • Promove a cooperação espiritual, mediante oração, sacrifícios e testemunho de vida.
  • Promove a cooperação material para com as crianças necessitadas de todo o mundo, com ofertas materiais fruto de sacrifícios pessoais ( o cofrinho)
  • É memória viva da humanidade dos países além-fronteiras, nas comunidades, paróquias e dioceses, infundindo o ardor missionário e abrindo os horizontes para a solidariedade universal.
Missão... um desafio para todos!!!


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